PALESTRA COMEMORATIVA

– Boa noite senhoras e senhores, professores e alunos. Temos hoje a imensa satisfação de apresentar o célebre palestrante Dr. Josevindo Maltrecho do Absurdo Inusitado. Jurista exemplar, político honesto e patriota, cuja filantropia tem reconhecimento Brasil a fora. É uma grande honra poder apresentar um nome de peso como esse. Entre suas obras mais renomadas cito: " Brasil que queremos"; " O Brasil que não queremos"; "Sonhado Brasil"; "A quimera do Brasil dormente".

Logicamente as vendas ultrapassam a casa dos milhares e seus livros estão em bibliotecas de todas as escolas e instituições públicas. Sua contribuição ao país tem sido grandiosa e é reconhecida por Presidentes, Governadores e Prefeitos. Reitero que é com grande orgulho que o apresento.
Recebamos com merecidos abraços e palmas o tão ilustre palestrante!

Com sorriso cinematográfico e suficientemente ensaiado de tanto o repetir, o Palestrante convidado ficou de pé, fechou o botão superior dos três que compunham o seu paletó fino da Christian Dior e avançou ao microfone. Sua aparência impecável não deixava dúvidas de se tratar de um personagem extraído das mais seletas classes sociais de políticos. 

– Boa noite a todos e muito obrigado pela oportunidade de estar aqui. Quero agradecer em primeiro lugar pelo convite, que considerei uma gentileza e um gesto de amabilidade. Em segundo lugar, aos que confiando em mim e em meu trabalho sério e comprometido com as causas do povo fizeram essa emotiva recepção a minha chegada. Por último, aos que mostraram interesse suficiente para estar hoje aqui e trocar ideias comigo, enriquecendo as minhas experiências políticas no convívio com o povo. Minha fala será curta, por isso creio que o termo “palestra” é demais. O enfoque que darei será reservado a homenagear os 30 anos da nossa Constituição Federal. Aquela que Ulisses Guimarães bem chamou de Constituição Cidadã. Aquela, que na minha opinião, é nossa utopia. Não a de Platão, Campanella, Morus nem Marx, senão aquela que resultou da experiência política, histórica e pátria vivida por nós brasileiros. Onde a liberdade é guia de ação e pensamento, ao tempo que é considerada nosso maior patrimônio. A igualdade, nosso maior idílio nacional. A justiça, a grande meta humana porque é claro que sem ela nenhum outro valor seria supremo. A solidariedade, a única maneira de convívio. A propriedade, um necessário atributo de nossa natureza social.  Tudo o que somente tem valor se situado e protegido pela Constituição.

O Estado é servidor organizado e limitado, gerenciador e zelador dos interesses da comunidade política. Nele confiamos a paz, a ordem, o progresso e acreditamos que somente ele pode viabilizar liberdade, justiça e igualdade para todos nós, além da felicidade que bem merecemos por termos nascido brasileiros. Ao tempo que ele necessita da Constituição para evitar e conter excessos sobre os nossos direitos inatos e inalienáveis, nela tem sua legitimidade e a institucionalização para atuação e existência. A imensidão da Constituição deriva justamente de todos, inclusive do Estado. Com sua rigidez impede a utilização do Estado para fins temporários, espúrios e contrários aos interesses do povo, de onde, aliás, vem toda sua magnanimidade.

Eu, hoje, celebro a Constituição brasileira de 1988 e com ela o melhor de toda nossa tradição política e jurídica, ademais da existência da comunidade política de que cada um de nós forma parte.

Deus salve a Constituição.

Boa noite.

Aplausos.

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