FINADOS

O que seria de um povo que não venera seus mortos? 

Um povo que faz de seus finados memórias sem rostos, que olhando apenas para o futuro esquece o passado e com isso desmerece a glória vivida por ancestrais, patriotas e concidadãos?

Um povo que não chora as lembranças daqueles que partiram? 

Sem dúvidas as respostas nos levam a um povo sem futuro pela falta de memória, sem decoro pela ausência de respeitabilidade, apagado em sua educação cívica, sem paradigmas morais honráveis e nem civilidade.

Os mortos, quando devidamente reverenciados, alçam seus braços para defender aquilo pelo que viveram, lutaram e morreram, e sem abandonar seus herdeiros defendem o legado com que sonharam e seguramente voltariam para preservá-lo e cuidá-lo.

A cada dia 02 de novembro, ao serem lembrados os finados, o orgulho da origem se enaltece, o presente descobre seus fundamentos e o futuro clarifica-se, ao ser desvendado que o melhor já conquistado foi o caminho para avançar ao que desejamos obter para herdar aos descendentes.

As flores depositadas em túmulos e espaços para recordações simbolizam que eles, os finados, estão (!), porque suas existências verificam-se nas obras que em vida construíram e que esse reconhecimento sempre oportuno é sinal das saudades deixadas.

Tem finados que merecem ser homenageados e outros que a homenagem é redenção. Alguns fizeram de suas vidas exemplos a imitar,  já outros sinalizaram os exemplos que não deveriam ser repetidos. Não é dia de renegar, senão de fazer retrospectivas críticas, que ao final serão indicativas dos caminhos certos por percorrer.

“O dia de finados” representa uma data de identidade familiar e patriótica, momento de ressaltar as coincidências nacionais bem além das atuais cores que vestem nossos corpos, das preferências que exibimos e das bandeiras que defendemos. Neste dia, por respeito aos mortos, ao pedir que descansem em paz exaltamos suas memórias.


Superar erros e mazelas é honrar os finados. Preservar o que temos hoje dado à contribuição deles no passado significa dignificá-los e consagrar o compromisso de não permitir que o futuro morra, porque ele é construído de sonhos que nunca deverão ser finados.

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